O SANGUE DO ORIXÁ É VERDE!!!


Hoje em dia muito se discute sobre o sangue no candomblé, matança de animais os seus direitos, a vigilância sanitária pegando no pé dos zeladores, barracões, comércio de bichos entre outros.
O que alguns acabam se esquecendo é que muitas vezes eles tem razão, o povo exagera e se esquece que o orixá é muito mais humilde, um fato tem que ser lembrado: "O primeiro orixá feito no Brasil nasceu com apenas uma galinha de angola e um pombo". Porque então o sacrifício de tantos bichos nos dias de hoje?

Vou comentar uma conversa que tive há muitos anos com minha saudosa zeladora Olosaerú (in memoriun) quando a conheci:
Perguntei-lhe por que tanta coisa em uma feitura, tantas roupas, tantos bichos (cabritos, angolas, pombos, patos, galos, frangos...). Sua resposta foi a mais sábia que eu já ouvi em toda a minha vida dentro do orixá:


- O orixá não precisa de nada disso, nem ao menos de tantos bichos, se Ogum quer comer é só dar-lhe um galo e ele já fica satisfeito, pronto para abrir todos os seus caminhos, não é a quantidade de bichos que se dá, mas sim a forma que se dá, um prato de arroz e feijão sustenta muito mais que um banquete, quando bem feito de coração, esse sim tem as bençãos de todos os orixás e Olorum (Deus). O principal é o fundamento que se usa no orixá é o que vem da terra, da natureza, da vida e das folhas é o melhor alimento para o orixá e para nós.

O candomblé usa muitos bichos só para ter muita carne para dar de comer ao povo que vem para as festas e não para satisfazer o orixá. Antigamente se comia uma ceia muito mais simples, por uma questão até de tradição aos nossos antepassados ( escravos que trouxeram o orixá para a nossa terra), um angú, um mungunzá, paçoca de pilão, farofa d'gua, eram comidas simples de tradição e respeito, essa sim era a verdadeira ceia do povo de orixá.




O verdadeiro sangue usado pelos nossos ancestrais na África era o primeiro *ejéewe, feito com as folhas colidas na hora certa, depois de todas as oferendas feitas a Pai Ossae, isso era mais importante do que o sangue dos bichos.



Depois desta explicação, comecei a rever os meus conceitos, e ao longo de minha vida, fui      selecionando muito mais o que aprendi e realmente pratico.
                                                       AI OJÚ ATÍ  EJÉEWE
                         ( TERRA ABRA OS OLHOS SOBRE O SANGUE VERDE)

CANDOMBLÉ NO BRASIL, RELIGIÃO OU FOLCLORE?

                 Já ouvi muitas vezes essa pergunta ou comentário.

  Muitos de nós buscam o reconhecimento religioso por seguir o nosso sacerdócio a sério, só que infelizmente a coisa não é bem assim. A sociedade religiosa, o governo e muitos da população não reconhecem o candomblé como religião, o governo nos dá alguns diretos mas não são os mesmo dados as outras, e isso demonstra um preconceito, privação e um falso reconhecimento, também uma desunião de nossa parte. Alguns estudos apresentados por algumas faculdades, universidades e até mesmo órgãos do governo descrevem o nosso candomblé "como uma expressão cultural do nosso folclore" com suas danças, roupas, comidas e costumes populares. Até mesmo no *concilio religioso do Brasil o candomblé não tem cadeira e representação, todas as outras tem por que nós não?
  Então resumindo nem mesmo as outras religiões não nos reconhecem, não temos políticos que lutem para os nossos direitos.
Precisamos nos unir para termos algum direito de verdade, a palavra yorubana "ORÒ" tem vários significados um deles é UNIÃO, então"OMO ORÒ"... ( IRMÃOS UNIÃO)




Fica ai uma pergunta: O Candomblé é uma religião ou folclore?
O candomblé nos moldes que conhecemos só existe no Brasil, em outros lugares que o orixá é cultuado seguem outros modelos bem diferentes do nosso, " O NOSSO CANDOMBLÉ É ÚNICO", e NÃO é FOLCLORE!!! 
Obs: Essa é minha opinião e a sua? Qual é a sua?   

PAI E MÃE DE SANTO? O POR QUE?


O termo pai de santo ou mãe de santo surgiu popularmente por conta da repressão que os negros sofreram com a imposição religiosa durante a escravidão, os escravos tinham de esconder os seus Deuses e começaram a colocar junto aos assentamentos de seus orixás imagens de santos católicos. Os zeladores ai passaram a ser chamados de pais e mães de santo. O pai ou a mãe de santo é a autoridade máxima dentro de uma casa de candomblé. 










Eles são escolhidos pelos próprios Orixás, para que os cultuem na terra. Os orixás os induzem a isto, fazem com que as pessoas por eles escolhidas sejam naturalmente levadas à religião, até que preparem durante anos para que assumam o cargo para o qual estão destinadas. Uma pessoa não pode optar se quer ou não ser um Pai ou Mãe de Santo se não acontecer durante sua vida fatos que a levem a isto. São pessoas que de alguma forma são iluminadas pelos Orixás para que cumpram seu destino. 


Hoje infelizmente alguns se tornam pais e mães se preparação alguma ou sem ser escolhida pelo orixá. Existem pessoas que nasceram para o orixá e pessoas que apenas são feitas de orixá.












Os Pais e Mães de Santo, normalmente, são donos de uma roça (termo também usado por conta do trabalho que os negros exerciam), ou seja, um lugar onde estão plantados todos os assentamentos no qual os Orixás são cultuados feitos as oferendas.
 Dentro da roça existe o barracão (denominado por causa dos negros que antigamente moravam em barracões), que é o lugar em que são feitos os grandes cerimônias, festas (oferendas), e iniciações para os orixás.